sábado, 10 de março de 2012

Apae é destaque na educação de crianças e adultos

Cíntia e sua filha Laila, de quatro anos
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Entre Rios desenvolve um trabalho realmente excepcional no município. A instituição sem fins lucrativos atende, há 18 anos, 156 alunos entre meses de idade até mais de setenta anos. A diretora Teresa Cristina Teixeira Merlo Deconto recorda o início das atividades da organização não-governamental na cidade. “A Apae foi fundada em 1994, mas recebeu maior notoriedade em 1996 quando foi fundada a Escola de Educação Especial Moleque Sabido. Assim, além do atendimento de profissionais da saúde, temos também o apoio educacional para a criança”.
Segundo Teresa, a escola auxilia no trabalho com o aluno, pois envolve os mais diversos âmbitos da vida da criança. Para ela, não seria possível desenvolver o trabalho com o aluno com a mesma qualidade se não fosse a Escola. “O atendimento é facilitado porque a criança já está aqui e ela cria um elo maior com o profissional. Fica mais fácil de encaminhá-la para a fonoaudiologia, fisioterapia, para o pediatra e, inclusive, facilita para trabalhar as atividades de nível diário, como higiene e comportamento”.
Atualmente são 17 professoras, sendo apenas uma funcionária da Apae e as demais cedidas pelo governo de Minas Gerais. Além das professoras, a instituição conta com o trabalho de fisioterapeuta, supervisora, pediatra e vários assistentes que auxiliam na alimentação e higiene dos alunos e no transporte deles. Teresa afirma que o trabalho desses profissionais é indispensável para a manutenção da casa e que, sem a dedicação desses, a Apae não estaria aberta hoje. “Ao longo de todo esse tempo, consegui trazer alguns cursos para treinamento do pessoal. Nossa equipe tem capacitação em Língua Brasileira de Sinais (Libras), em Braile e em deficiência mental. Nós procuramos cercar ao máximo para poder atender todos”, assegura.
Apesar do dedicado trabalho dos profissionais, a diretora afirma que as dificuldades financeiras são várias e permanentes. As contas da Apae chegam a R$10 mil mensais e a arrecadação nem sempre é suficiente para arcar com todas as despesas. A diretora conta que a comunidade ajuda com o que pode e o aporte financeiro recebido de órgãos do estado são importantes mas, ainda assim, insuficientes para a manutenção diária da organização. “A contribuição da comunidade é muito importante porque é nossa base, mas o que ajuda a manter nossas portas abertas são alguns eventos que fazemos no decorrer do ano, como o festival  de chope e o leilão de gado”, desabafa Teresa.
O carinho e a dedicação dos funcionários com os alunos é perceptível. Prova disso é a melhora e o desenvolvimento de muitos que estão ali. Cíntia Maria de Oliveira Coelho, 28, mãe da aluna Laila, de quatro anos e aluna desde os sete meses confirma. “Se eu não tivesse colocado minha filha na Apae, não saberia como ajudá-la. O desenvolvimento dela nesta instituição foi impressionante e ela já tinha frequentado outra escola e não se desenvolveu tanto assim”. Para Cíntia, o melhor do trabalho desenvolvido pelos profissionais da Apae é que ele não é feito só na escola. “Eles nos cobram muito para manter uma boa postura e dar continuidade ao trabalho deles em casa”, comenta.

Seja voluntário da Apae: Federação das Apaes (31) 3291-6558 - Entre Rios de Minas (31) 3751-1734 - Lagoa Dourada (32) 3363-1301

Rocambole: um século de delícias

A tradição do rocambole em Lagoa Dourada, na região dos Campos das Vertentes, teve início com o descendente libanês senhor Miguel Youssef e sua esposa, a lagoense Dolores de Mello, há aproximadamente um século. Segundo Marise Coimbra, proprietária do Legítimo Rocambole, o ponto do senhor Youssef era uma parada de ônibus e servia como apoio para os viajantes. “Antigamente havia apenas aquela parada. Os ônibus que saíam de São João del-Rei e iam para Belo Horizonte sempre paravam aqui”. Entre outros quitutes que eram vendidos no botequim, o rocambole era o mais apreciado.
A proprietária do Famoso Rocambole, Mirtes Patrícia do Líbano, afirma que o doce só ficou mesmo famoso quando seu pai, Paulo Miguel, assumiu o comando do estabelecimento de Miguel Youssef e passou a vender os rocamboles em caixas que permitiam que os viajantes apreciassem o doce no decorrer da viagem.
Em 1975, com o falecimento do senhor Miguel Youssef, a família se viu num momento delicado: Dona Dolores perdeu o tradicional ponto de vendas e quase desistiu do negócio. A nova casa do rocambole da família Youssef não tinha tradição e seu antigo estabelecimento continuou a vender os quitutes. “A fama era daquele ponto, mas o rocambole da outra loja (onde funcionou o primeiro ponto) não era o ‘verdadeiro’. Até todo mundo nos conhecer de novo foram anos de muita luta”, recorda Mirtes.
Ricardo Youssef do Líbano, neto do patriarca do rocambole e irmão de Mirtes, tomou a frente dos negócios da família, mantendo a tradição. Entretanto, em 1996, Ricardo faleceu. Mirtes relembra a difícil fase vivida pela família e se alegra com a vitória. “Minha mãe morreu, minhas irmãs foram embora e fiquei só. Nossa casa foi à venda. Comprei a parte das minhas irmãs e, quando vi, já estava no rocambole outra vez. É coisa que está no sangue mesmo. Estou aqui para resgatar a memória da minha família”, conta.
Hoje, Mirtes e Marise convivem lado a lado com suas lanchonetes. E a concorrência é considerada importante para todos que vivem de manter a tradição da cidade para os turistas. “Se fosse somente uma loja, a gente não daria conta. Época de festas, como o carnaval, a cidade fica cheia e, graças a Deus, tem cliente para todo mundo”, afirma Mirtes. Marise acredita que a concorrência é benéfica e quem ganha é o cliente. “A concorrência é boa, porque queremos sempre melhorar”, afirma.

Patrimônio da Cidade
Há três anos a Prefeitura tenta alavancar ainda mais a fama do rocambole para além dos confins da região. Em 2009 foi criada a Festa do Rocambole, iniciativa da Prefeitura para incentivar a produção e dar visibilidade ao doce. Até 2011, a festa não tinha data fixa e nem a adesão total dos fabricantes de rocambole da cidade. Até então, a festa aconteceu junto à festa de Peão de Lagoa Dourada.
Marise acredita que a festa é interessante para dar destaque ao rocambole e, mesmo não tendo data definida, é a favor da realização da festa, considerando ser uma boa oportunidade para consolidar a tradição da região. Mirtes, por outro lado, não concorda que o Festival aconteça simultaneamente à outra festa já tradicional na região. Ela defende uma festividade exclusiva para o rocambole.
De acordo com o secretário Municipal de Cultura, Josias Cardoso Santos, a Festa do Rocambole este ano será realizada entre os dias 8 e 10 de junho, próximo às festividades do aniversário da cidade. “Esse ano vamos fazer uma bela festa, com muitas barracas, música e artesanato. Queremos não só mostrar que a produção do rocambole é forte, mas também que a cidade pode oferecer muito mais”, afirma o secretário.
Além disso, Cardoso afirma que a fama do rocambole é muito importante para a cidade e que “o interesse é fortalecer os produtores da cidade, criando toda a infraestrutura necessária para que o produtor e o turismo se desenvolvam”, finaliza.

A primeira edição a gente nunca esquece!

Ruínas do Fortim dos Bandeirantes
Na última quinta-feira (08/03), no espaço Villa Lobo Arte Bar, em Entre Rios de Minas, foi lançado o Jornal O Fortim, o mais novo veículo de comunicação das regiões dos Campos das Vertentes e Alto Paraopeba.
A partir de pesquisa histórica da região, descobrimos um pouco mais do legado deixado pelos bandeirantes no distrito de São José das Mercês, o Fortim dos Bandeirantes (foto). Pequeno forte, castelo fortificado, uma estrutura que remonta aos alvores do século XVIII é atribuída à bandeira de Fernão Dias Paes - o “Caçador de Esmeraldas” - que, no caminho para as montanhas de Minas, em direção a São João del-Rei, ergueu a fortaleza em alvenaria de pedra para defesa contra os índios cataguás. Essa fortaleza tornaria-se o
embrião do povoado que se tornou a cidade de Entre Rios de Minas.
Destemidamente nasce o jornal O FORTIM com o desafio de um olhar crítico e direto dos fatos e notícias da região. A voz do cidadão no processo de construção da notícia é fundamental para a equipe O FORTIM, de maneira que o jornal seja um espaço aberto para o povo. Após incansáveis debates sobre linha editorial, pautas, layout e fontes, chegamos na primeira edição que traz o vigor de uma equipe jovem, com vontade de mostrar a que veio e que encontrou a simpatia de pessoas da região, que absorveram a ideia de um veículo que pudesse contribuir com o resgate da cultura, da história, dos valores da região e que ainda tivesse o  comprometimento com o cidadão.
O FORTIM tem periodicidade quinzenal e circulação gratuita nos municípios de Entre Rios de Minas, Desterro de Entre Rios, São Brás do Suaçuí, Jeceaba e Lagoa Dourada. Na primeira edição, O FORTIM destacou, dentre outros temas, os 10 anos do restaurante Café com Prosa, um empreendimento rural que resgata a cultura gastronômica da região. Artesãos, doceiras e pequenos produtores, através do Café com Prosa, apresentam as delícias e belezas da região às pessoas que passam por ali, frequentemente voltando de viagens dos municípios que compõem a Estrada Real. O leitor também irá conferir a história do tradicional rocambole de Lagoa Dourada, cultura centenária na região, introduzida por descendentes de libaneses; matérias culturais sobre música, teatro, além da folia carnavalesca das cidades da região. A entrevista com o diretor clínico do principal hospital da região, o Hospital Cassiano Campolina, também é um dos pontos fortes da primeira edição que ainda traz notícias de política, educação e cidadania.
A primeira edição a gente nunca esquece! Leitor, você é convidado para conhecer um pouco mais da história das regiões do Alto Paraopeba e dos Campos das Vertentes. Afinal, quem nos faz forte é você!